O Ministério da Saúde confirmou o
terceiro caso de varíola dos macacos no Brasil neste domingo (12). O paciente é
um homem de 51 anos, que após viagem a Portugal, apresentou sintomas e segue
isolado em Porto Alegre (RS). As outras duas pessoas estão em isolamento no
estado de São Paulo, possuem histórico de viagem para Espanha e Portugal e
tiveram a confirmação da doença nos dias 8 e 11. O governo monitora ainda mais
10 casos suspeitos nos estados de Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul,
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e em Rondônia.
A varíola é uma zoonose viral, ou
seja, uma doença infecciosa que passa dos animais e afeta os humanos. A varíola
dos macacos é causada pelo vírus Orthopoxvirus variolae e é transmitida por meio
do contato com pessoas infectadas, seja pelo beijo, abraço, sexo, massagens,
toques ou secreções respiratórias. “É uma doença que vem nos preocupando nos
últimos dias e seu vírus é bem semelhante à outra varíola'', ressalta o clínico
geral e endocrinologista Lino Sieiro Netto. “Não existe tratamento específico,
mas é uma doença de baixa letalidade e que exige atenção e cuidado com as
lesões na pele, além do conjunto de sintomas que o paciente apresenta”.
Lino Sieiro, que é coordenador do
curso de Medicina do Centro Universitário de Excelência (Unex), unidade de
ensino da Rede UniFTC em Feira de Santana, completa dizendo que o quadro pode
se desenvolver de forma mais grave naquelas pessoas com enfraquecimento do
sistema imunológico. “Causado por doenças como lúpus, leucemia, HIV/AIDS,
pacientes transplantados, além de idosos e crianças. O importante é evitar o
contato com as pessoas infectadas, higienizar as mãos e usar álcool gel”,
informou. Mais de mil casos da doença já foram comunicados por 29 países à
Organização Mundial de Saúde (OMS). Todos estão sendo investigados.
Sintomas e tratamento
As pessoas infectadas com a
doença apresentam, inicialmente, sintomas similares aos de uma gripe e da
antiga varíola, um pouco mais leves, relata o médico. “Os pacientes apresentam
os sintomas de 5 a 7 dias após o início da contaminação, mas dificilmente, com
esta nova modalidade da varíola, precisam de internação”, completa o clínico
geral.
Podem apresentar quadro de febre,
calafrios, aumento dos gânglios, principalmente no pescoço, cansaço, dor de
cabeça, dores musculares, mal-estar e dores abdominais intensas. Depois de dois
ou três dias aparecem marcas vermelhas e bolhas características da varíola na
boca, face ou em todo o corpo.
A varíola não tem cura e o
tratamento só reduz as dores do paciente. A maneira mais eficiente de prevenir
é com a vacinação, mas a vacina contra a varíola não faz parte do calendário do
Ministério da Saúde, já que é considerada erradicada pela OMS desde os anos 80,
através da realização de amplas campanhas de vacinação no mundo inteiro. O
vírus pode sobreviver por até 24 horas em objetos que tiveram contato com uma
pessoa infectada.