- Ediwilson dos Santos -
Três
pessoas foram presas pela Polícia Civil acusadas de tramar e executar a morte
de um casal em Araçatuba. O crime teria acontecido na noite de sexta-feira (13),
na casa das vítimas, localizada no bairro Primavera, e já na manhã de sábado
estava inteiramente solucionado pelos investigadores.
As
vítimas foram o casal Lourival Aparecido Poleti, de 56 anos, e Magali Cantarani
Luz, de 61. Eles foram assassinados a pauladas. O corpo do homem foi encontrado
no porta-malas do carro da família e o da mulher, na garagem.
Os acusados são o filho de
Magali, Daniel Cantarani, de 36 anos, que segundo as investigações da polícia
pagou R$ 700 para um ex-namorado, cujo nome não foi divulgado, executar as
mortes, além de uma mulher, que também está tendo o nome preservado, suspeita
de fornecer medicamentos de uso controlado e que foram dados durante semanas
por Daniel à mãe e ao padrasto, misturados em sucos, na tentativa de as vítimas
sofrerem ataque cardíaco.
Conforme o que foi apurado pela
investigação, Daniel disse que cometeu o crime porque os pais não aceitavam a
sua homossexualidade, impedindo-o até mesmo de sair de casa. No entanto, a polícia
descobriu que ele tinha hábito de frequentar a noite da cidade, chegando em
casa sempre de madrugada.
O trio apontado como autor do duplo
homicídio teria começado a arquitetar o crime há três meses. Inicialmente,
Daniel tentou matar o padrasto e a mãe dosando remédios de uso controlado no
suco que eles costumavam beber, mas ao perceber que isso que só causava sonolência
no casal, ele decidiu contratar um ex-amante para mata-los.
SEXTA-FEIRA 13
O homem contratado recebeu R$ 700
e na noite de sexta-feira passada usou a maior parte do dinheiro para comprar
drogas, depois passou em um posto de combustível, encheu um galão com gasolina
e dirigiu até a frente da casa das vítimas, onde ficou aguardando a chamada de
Daniel para invadir a residência e executar as mortes.
Ele usou um cabo de machado para
matar as vítimas. O primeiro a ser atingido foi o padrasto de Daniel e, em
seguida, a mãe. Depois que as vítimas foram atacadas, Daniel teria percebido
que elas ainda estavam vivas, então cobriu os rostos delas com panos e teria
usado um outro pedaço de madeira, em formato de pênis, para acabar de mata-las.
Os rostos de Lourival e Magali ficaram irreconhecíveis em virtude da violência
dos golpes.
Daniel e seu ex-namorado
decidiram por os corpos no porta-malas do carro, mas conseguiram por apenas o
de Lourival, já que Magali sofria de sobrepeso. A ideia era levar os corpos
para a zona rural da cidade, onde seriam queimados com a ajuda da gasolina para
tentar dificultar o trabalho forense de identificação.
Como
não tiveram êxito na ocultação dos cadáveres, os dois decidiram revirar a casa,
para tentar passar para a polícia o cenário de um roubo que evoluiu para um
duplo homicídio. Eles saíram da residência e cada um seguiu para um local diferente.
Daniel foi para uma pastelaria,
onde comeu, bebeu e lá permaneceu até por volta da 1h30 de sábado, voltando
para casa em um veículo de aplicativo, numa clara tentativa de ter um álibi que
o tirava do local do crime na hora em que os assassinatos aconteceram. Já o seu
comparsa foi para casa.
ELUCIDAÇÃO E FLAGRANTE
Daniel ligou para a Polícia
Militar, avisando que havia chegado em casa e achado o corpo da mãe na garagem.
A Polícia Civil também foi acionada para periciar o imóvel e iniciar a
investigação, quando então foi encontrado o corpo de Lourival no porta-malas do
carro. Daniel acabou caindo em algumas contradições e foi levado para interrogatório
na delegacia. Lá, ele confessou todo o plano e execução e apontou os seus
comparsas.
O ex-namorado dele foi encontrado
e preso em um supermercado da cidade, onde trabalha. A mulher foi localizada na
casa onde ela mora e também presa em flagrante, acusada de fornecer os remédios
e colaborar na elaboração do crime.
SEMELHANÇA COM O CASO RICHTHOFEN
O caso ganhou repercussão
nacional pela violência e covardia empregadas, não dando às vítimas a menor
chance de se defenderem, já que foram encurraladas dentro de casa, num horário
em que geralmente costumavam já estarem se preparando para dormir.
A
polícia chegou a comentar que o caso lembrou o crime cometido em 2002 por Sazane
von Richthofen e os irmãos cravinhos, que mataram, também a pauladas, o casal
Mafred e Marísia, quando eles estavam dormindo. Todos os três já estão soltos.