Segundo dados divulgados pela
Biblioteca Virtual em Saúde, a influenza (gripe) segue sendo um dos maiores
desafios da saúde pública no mundo. É estimado que, por ano, haja 1 bilhão de
casos, podendo levar a até 500 mil mortes relacionadas a problemas respiratórios.
No Brasil, de acordo com números
levantados pelo sistema Sivep-Gripe e divulgados pelo portal Poder360, somente
em janeiro de 2022 foram registrados 1.515 mortes por conta da gripe, sendo um
dos números mais altos registrados pelo Sistema de Informação sobre
Mortalidade.
Mas qual a conexão entre a gripe
e os riscos de infarto? Sabe-se que o infarto agudo do miocárdio tem sido uma
das maiores causas de morte no país, sendo estimado de 300 mil a 400 mil casos
por ano.
Para reduzir esse dado, especialistas
recomendam manter uma alimentação saudável, praticar bons hábitos de vida como
exercícios físicos, não fumar, e quando prescritas, manter a medicação
necessária.
Porém, um estudo realizado por
profissionais do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, chamado VIP-ACS,
trouxe mais uma forma de prevenção de doenças cardiovasculares: a vacina contra
influenza.
Os pacientes participantes do
estudo foram acompanhados durante 12 meses, cobrindo duas temporadas de gripe,
concluindo que, após o período, os pacientes hospitalizados com Síndrome
coronária aguda (SCA) e os que tomaram a vacina em dose padrão reduziram os
desfechos cardiopulmonares.
O cirurgião vascular Sergio
Francisco explica que a relação entre a gripe e o infarto se dá por conta de
que a inflamação e a coagulação sanguínea associadas à gripe podem contribuir
para um aumento do risco de infarto. “As pessoas que sofrem de gripe também
podem desenvolver condições médicas subjacentes, como pressão alta, diabetes e
doenças cardíacas, que aumentam diretamente o risco de infarto”, pontua.
Ademais, a influenza também traz
relação com o Acidente Vascular Cerebral (AVC), conforme explica o médico. “Estudos
epidemiológicos mostraram que, durante as epidemias de gripe, existe um aumento
da incidência de AVC. Os mecanismos por trás desse aumento de risco ainda não
estão claros, no entanto, alguns pesquisadores sugerem que a inflamação do
revestimento dos vasos sanguíneos - associada à gripe - possa desencadear um
coágulo sanguíneo que leva a um AVC”, complementa.
Por isso, a vacinação é sempre
recomendável, uma vez que é uma das formas mais eficazes de prevenção de
doenças infecciosas e evita milhões de mortes todos os anos. O especialista
ainda aponta a chegada ao Brasil da nova vacina de alta dose que protege contra
quatro cepas do vírus, sendo duas de influenza A e duas de influenza B,
conferindo alta proteção contra a gripe, porém esta ainda é exclusiva para
pessoas a partir dos 60 anos.