Com uma escassez quase completa
de medicamentos e insumos e sem energia elétrica, muitos hospitais da Faixa de
Gaza começam a fechar as portas, nessa quarta-feira (25), 19º dia de guerra. Os
poucos locais que continuam abertos precisam atender os pacientes de qualquer
jeito, o que inclui até cirurgias sem anestesia.
"Não há produtos anestésicos
suficientes […], os feridos estão sofrendo muito e não podemos esperar para
operá-los", contou à agência de notícias AFP o cirurgião ortopédico Ahmad
Abdul Hadi, do hospital Nasser.
Em muitos hospitais, quase metade
dos pacientes são crianças e algumas precisam passar por cirurgias
reconstrutivas, extremamente invasivas e dolorosas.
A ajuda humanitária, que começou
a entrar de maneira restrita em Gaza no fim de semana, ainda não chegou a todas
as localidades.
Segundo Mohammed Abu Selmeya,
diretor do hospital Shifa, o maior da Faixa de Gaza, "dez hospitais estão
fora de serviço" e "mais de 90% dos medicamentos e produtos estão
esgotados".
A ONU (Organização das Nações
Unidas) diz que mais hospitais vão ter que encerrar as atividades se não for
permitida a entrada de combustível para os geradores.
Autoridades de Gaza afirmam que
130 bebês em incubadoras e cerca de 140 pacientes em UTI (Unidade de Terapia
Intensiva) correm risco de morrer se o combustível dos hospitais onde estão
acabar.
Israel cortou o abastecimento de
água, energia elétrica e alimentos para a Faixa de Gaza em 9 de outubro, após o
início de uma guerra motivada pelos ataques terroristas do Hamas em solo
israelense, no primeiro fim de semana deste mês.