A Polícia Civil de São Paulo
prendeu na quinta-feira (14), o médico João Batista do Couto Neto, de 47 anos, investigado
pela morte intencional de 42 pacientes e por causar lesões em outros 114 em
Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. João Batista foi detido enquanto atendia
pacientes em um hospital de Caçapava, no Vale do Paraíba, interior de São
Paulo.
Na terça-feira (12), a Polícia
Civil gaúcha indiciou o médico por homicídio doloso em três inquéritos. Na
ocasião, a Justiça do Rio Grande do Sul decretou a prisão preventiva dele. A
investigação sobre as outras 39 mortes e 114 lesões segue em andamento.
Pacientes e ex-colegas de
trabalho relataram à polícia que João Batista do Couto Neto realizava cirurgias
em excesso e procedimentos desnecessários, além de dar diagnóstico falso de
câncer raro.
Em dezembro do ano passado, o
médico foi alvo de uma operação policial, em que foram cumpridos mandados de
busca e apreensão no hospital em que ele atuava em Novo Hamburgo e no
apartamento em que vivia. A suspeita, na época, era o envolvimento na morte de
cinco pacientes.
Em fevereiro deste ano, João
Couto se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Em
nota, a defesa do médico disse que a decisão que determinou a prisão preventiva
é uma “antecipação de pena” com o objetivo de constranger o profissional. O
advogado Brunno de Lia Pires disse que vai apresentar um habeas corpus.
“Com surpresa, a defesa recebeu a
notícia da decretação da prisão preventiva do médico João Couto Neto. A decisão
não se reveste de qualquer fundamento fático ou jurídico e constitui clara
antecipação de pena, com a finalidade de coagir e constranger o médico.
Impetraremos ordem de habeas corpus o mais breve possível para fazer cessar a
absurda e imotivada prisão”, disse o advogado, em nota.