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Investigação policial revela crime monstruoso em incêndio que matou família em Porto Feliz

 

                Uma investigação minuciosa da Polícia Civil de Porto Feliz (SP) revelou que o que era inicialmente dado como um incêndio acidental em uma residência, na verdade foi um crime monstruoso, premeditado por um marido que não aceitava o fim do casamento de 10 anos.

                O enredo da trama diabólica começou algumas semanas antes do fatídico 22 de fevereiro, uma quinta-feira até então normal em Porto Feliz, município de pouco mais de 50 mil habitantes, localizado na região de Sorocaba.

                Wilas Martins dos Santos, de 37 anos, era um marido apaixonado pela esposa Débora Cristina de Morais, de 30 anos. Tanto que decidiu parar de consumir bebidas alcoólicas à pedido dela e também cuidava da enteada, Ketlyn Morais, de 13 anos, como se fosse sua filha biológica.

                No entanto, há algumas semanas, Wilas voltou a beber e junto com o álcool, vieram as discussões do casal. Débora Cristina voltou a exigir que o marido parasse, ou que procurasse ajuda contra o alcoolismo. Mas ele não atendeu.

                Para evitar uma deterioração agressiva do relacionamento, Débora decidiu se separar e comunicou o marido. Este, então, passou a beber ainda mais. E com o alcoolismo exacerbado, vieram as ideias diabólicas de um marido possessivo.

                Na noite do dia 22, após mais uma bebedeira, Wilas Martins dos Santos resolveu por fim ao seu sofrimento – mas levando um sofrimento sem fim a várias familiares de Débora e sua filha.

                Na casa, iniciou-se uma discussão entre o casal, que estava a sós. Em certo momento, Wilas pegou uma faca e golpeou a esposa no pescoço. Um ferimento fatal. Ele arrastou o corpo de Débora para o quarto e saiu de casa, retornando minutos depois com um galão cheio de gasolina e esperou a enteada chegar da escola.

                Quando a adolescente chegou, ele trancou-se com ela e com o corpo de Débora no quarto, esparramou o combustível pelo cômodo e colocou fogo. Vizinhos até tentaram apagar as chamas, mas o incêndio já tinha tomado toda a casa e só foi apagado pelo Corpo de Bombeiros. No rescaldo, foram encontrados os três corpos, totalmente carbonizados.

 

INVESTIGAÇÃO

                Como de praxe, a Polícia Civil abriu um inquérito para descobrir as causas do incêndio fatal. Vizinhos ouvidos diziam que o casal tinha uma rotina normal, sem tumultos. No entanto, um detalhe foi crucial para a elucidação do crime.

                Em meio à investigação, a polícia conseguiu imagens de uma câmera de monitoramento mostrando Wilas chegando em sua casa carregando o galão com gasolina, minutos antes do horário presumido do início do incêndio.

               

INDIGENTE

                Em meio à comoção em Porto Feliz, os corpos de Débora Cristina de Moris e da sua filha, Katlyn, foram enterrados na tarde do dia seguinte, sexta-feira (23).

Já o de Wilas foi levado para o IML de Sorocaba. Como ele era natural de Alagoas e não tinha parentes em São Paulo, foi aguardado o reconhecimento por seis dias, mas como nenhum parente compareceu, acabou enterrado como indigente nessa quarta-feira (28).



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