O médico Luciano Barboza Sampaio
foi inocentado pelo Tribunal do Júri, nessa segunda-feira (3), da acusação de
homicídio qualificado do menino Noah Palermo. O julgamento, que durou 14 horas
no Fórum Criminal de São Carlos (SP), terminou por volta de 23h50.
Noah morreu no dia 7 de junho de
2014, após complicações de uma cirurgia para a retirada do apêndice, feita por
Luciano. A acusação sustentou que o médico, que estava em plantão à distância,
assumiu o risco da morte da criança e deixou de prestar atendimento, após
viajar para ver um jogo da seleção brasileira. Essa foi a segunda absolvição do
profissional.
O promotor de Justiça Mário José
Correa de Paula afirmou que avalia se vai recorrer da decisão. Os pais de Noah
lamentaram a decisão. "A corda sempre estoura pro lado mais fraco, [agora]
a culpa é da enfermagem que não avisou", disse Marcos Palermo. "Um
absurdo", afirmou emocionada a mãe Vanessa Palermo.
O julgamento começou por volta de
9h e foram ouvidas 4 testemunhas de defesa e 4 de acusação, além de um perito.
Quatro homens e três mulheres foram escolhidos para compor o Júri. O resultado
foi de 4 votos pela absolvição e 3 pela condenação.
CONDENAÇÕES
Luciano Barboza Sampaio foi
condenado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e
teve a suspensão do exercício profissional por 30 dias.
De acordo com a decisão do órgão,
o médico se precipitou ao fazer a cirurgia de apendicite em Noah, já que o
quadro clínico não era compatível com o procedimento.
O Cremesp entendeu ainda que
Sampaio errou ao ignorar as ligações das enfermeiras do hospital e também de um
médico da Santa Casa.
Em 2008, Luciano foi condenado a
um ano e quatro meses de prisão em regime aberto, em Nova Iguaçu (RJ), por
homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A pena foi convertida em
prestação de serviços à comunidade.
Em agosto de 2006, quando
trabalhava no Hospital da Posse, Luciano atestou que a paciente Maria José
Neves estava morta, quando ela ainda estava viva.
O erro foi descoberto quando a
família dela foi reconhecer o corpo no necrotério e viu que ela se mexia e
respirava. Maria morreu logo depois de ser levada para o hospital.