O Tribunal do Júri de São Carlos
está reunido nesta segunda-feira (3), para o julgamento do médico pediatra Luciano
Barboza Sampaio, acusado da morte de Noah Alexandre Palermo, então com 5 anos
de idade, por ter saído da cidade, onde estava de plantão à distância, para
assistir a jogo da seleção de futebol às vésperas da Copa de 2014.
A audiência começou às 9h. O
julgamento deveria ter sido realizado em 30 de abril, mas foi adiado a pedido
da defesa, que alegou que o advogado do réu estava com dengue.
Sampaio, que é cirurgião
pediátrico, é acusado de homicídio qualificado. Em 6 de junho de 2014, após
realizar uma cirurgia em Noah para a retirada do apêndice, na Santa Casa da
cidade, ele teria viajado, enquanto deveria estar de plantão à distância.
Segundo o inquérito, com a
atitude, ele assumiu o risco da morte da criança e deixou de prestar
atendimento quando o garoto teve complicações no dia seguinte à operação. A
defesa da família conseguiu provas de que o médico estaria assistindo um jogo
da seleção de futebol em São Paulo. Uma foto do réu na partida foi anexada ao
processo.
Em novembro de 2018, o juiz
Eduardo Cebrian Araújo Reis, da 2ª Vara Criminal de São Carlos, absolveu o
médico das acusações. A decisão foi questionada pelo Ministério Público, que
entrou com o recurso no Tribunal de Justiça e, em 2022, foi determinado que
Sampaio fosse a júri popular. Se for condenado, ele poderá pegar uma pena que
varia de 12 a 30 anos de prisão.
Luciano Barboza Sampaio foi
condenado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e
teve a suspensão do exercício profissional por 30 dias. De acordo com a decisão
do órgão, o médico se precipitou ao fazer a cirurgia de apendicite em Noah, já
que o quadro clínico não era compatível com o procedimento. O Cremesp entendeu
ainda que Sampaio errou ao ignorar as ligações das enfermeiras do hospital e
também de um médico da Santa Casa.