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Operação da PF que investiga compra e venda de decisões judiciais mira desembargador do TJSP e advogados

 

A Polícia Federal (PF) investiga o desembargador Ivo de Almeida, da 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), e advogados por suspeita de corrupção, respectivamente, por negociarem a venda e compra de decisões judiciais.

Além de Ivo, outros dois advogados de Ribeirão Preto e pelo menos mais quatro pessoas que atuam em diferentes áreas foram alvos de mandados judiciais de busca e apreensão da "Operação Churrascada" da PF, que ocorreu nessa quinta-feira (20).

De acordo com a investigação da Polícia Federal, Ivo é suspeito de vender sentenças judiciais em processos sob a sua relatoria e em casos que passavam pelo plantão judicial. O TJ é a segunda instância da Justiça.

A PF também apura a suspeita de que o desembargador obrigaria funcionários do seu gabinete a darem a ele parte dos salários que recebiam, prática conhecida como "rachadinha".

A PF chegou a pedir a prisão dos investigados, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou. O STJ, que é a terceira instância da Justiça, autorizou a Polícia Federal a cumprir 17 mandados de busca e apreensão em endereços na capital e no interior paulista ligados aos envolvidos.

Outros desembargadores do TJ em São Paulo receberam com estarrecimento a informação de que um de seus magistrados era alvo da PF por suspeita de corrupção. Internamente os juízes consideram que a área criminal, onde Ivo atua, é a menos propensa da Justiça a se envolver em corrupção.

                A Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) emitiu nota à imprensa manifestando contrariedade com a atuação da PF no caso. Leia a nota na íntegra abaixo:

 

“A Apamagis (Associação Paulista de Magistrados), em relação às diligências realizadas nesta data, referentes à operação “Churrascada”, manifesta inconformismo sobre a maneira como a Polícia Federal, por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça), realizou busca e apreensão de bens e documentos.

De forma atípica e inusitada, agentes fizeram buscas em prédio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo sem qualquer comunicação prévia ao chefe do Poder Judiciário paulista, uma prática incomum em ações dessa natureza.

A Apamagis acompanha as investigações - que são necessárias em nosso sistema processual penal - e considera que todos os atores do sistema de Justiça, inclusive magistrados, são a elas suscetíveis e, por consequência, como cidadãos, merecem a observância do princípio do devido processo legal.”

 

Thiago Elias Massad

Presidente da Apamagis



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