Não são tempos
fáceis para o fígado. Alimentos ultraprocessados, agrotóxicos, microplásticos…
a alimentação contemporânea contribui com a sobrecarga desse órgão vital que
todo dia administra a ingestão de químicos, gorduras, corantes, conservantes e
aromatizantes, entre outras substâncias e toxinas que dependem das funções
hepáticas para serem direcionadas e/ou eliminadas.
Também é do
fígado a tarefa de metabolizar e armazenar nutrientes, ou seja, as partes boas
da alimentação também passam por esse "portão", para ficarem prontas
para serem absorvidas e utilizadas pelo corpo.
A hepatologista
Patrícia Almeida, do Hospital Israelita Albert Einstein, doutora pela
Universidade de São Paulo (USP), explica que o próprio organismo trabalha para
eliminar naturalmente as toxinas, usando veículos como a transpiração, a
respiração, as fezes e a urina. "Porém, quando há um exagero, o corpo pode
sofrer os efeitos e sinalizar que existe um desequilíbrio no fígado, que passa
a trabalhar com uma carga maior para filtrar as impurezas do sangue",
pondera a especialista.
É por essa
razão que se torna importante saber "ouvir" o fígado, pois, quando
fica difícil para ele, o corpo todo pode ficar comprometido. "E na maioria
das vezes, os problemas hepáticos são silenciosos. A pessoa demora a apresentar
sinais clínicos e sintomas", explica a Dra. Patricia, ao elencar
importantes pontos de alerta do fígado, que exigirão cuidados:
A coceira na
pele pode ser um sintoma de doenças hepáticas. Quando o fígado não está
saudável, substâncias tóxicas podem se acumular no sangue e causar irritação na
pele.
2-Hematomas após pancadas leves
O paciente com
doença hepática pode apresentar uma maior facilidade em desenvolver equimoses
(manchas roxas na pele) e sangramentos após traumas de pequena intensidade.
Isto ocorre porque o fígado é responsável pela produção de proteínas que
participam do sistema de coagulação do sangue.
3-Urina com cor muito escura ou cheiro forte
Embora também
possam indicar infecções urinárias ou intestinais, mudanças devem ser
observadas com cuidado: urina escura, num tom parecido com o da Coca-Cola, pode
apontar um problema hepático devido ao acúmulo de gordura no fígado. Em geral,
a tonalidade saudável da urina é amarelo-pálido.
4-Dor de cabeça frequente
É comum que os
pacientes com suspeita de doença hepática também sofram com tonturas e enjoos,
além de dor de cabeça frequente.
5-Falta de apetite
Fraqueza,
falta de apetite, letargia e baixo rendimento físico e mental podem apontar
disfunções no fígado. Como o órgão trabalha no armazenamento de vitaminas A, D,
E e K, essenciais para manter bons níveis de energia, seu comprometimento por
acúmulo de toxinas dificulta a filtragem do sangue e a oxigenação das células.
O resultado é pouco pique, falta de apetite e um cansaço constante.