Uma senhora de 86 anos tem passado os últimos 13 anos lutando na Justiça para provar ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) que está viva e, portanto, apta a receber a sua merecida aposentadoria.
Laureci
Silveira mora em Cuiabá (MT) e desde 2011, ao ir ao banco sacar o dinheiro do
BPC (Benefício de Prestação Continuada), foi informada que o INSS havia cortado
a sua única fonte de renda.
Por falta de
conhecimento sobre os seus direitos, dona Laureci não procurou um advogado e
decidiu voltar a trabalhar. Mas meses depois foi acometida pela chikungunya e
as sequelas a deixaram muito debilitada e ela não conseguiu mais fazer nenhum
tipo de serviço.
De lá para cá,
a idosa vive da ajuda de vizinhos, que doam a ela um pão, um almoço, alimentos
básicos para o dia a dia. Na quarta-feira (12), dona Laureci só tinha na
geladeira manga e água, segundo informa reportagem veiculada hoje pelo G1 MT. As
contas da casa são pagas pelo filho da idosa.
HOMÔNIMO
O
corte do BPC de dona Laureci Silveira foi feito pelo sistema automático do INSS,
segundo informa o instituto, porque uma mulher, com o mesmo nome dela, mas
moradora do Paraná, morreu em 2011.
"Casos
de homônimos ocorrem quando duas pessoas possuem dados idênticos, como nome.
Essas coincidências podem ocasionar equívocos em sistemas automatizados, como
no caso recente da senhora Laureci Silveira", diz trecho da nota.
Uma advogada especialista em direito previdenciário ficou sensibilizada com a situação da idosa e está atuando em favor dela para o que INSS restabeleça o direito de ela voltar a receber o benefício.
"A gente vem buscando junto à Justiça e ao INSS restabelecer esse benefício para que a gente possa dar o mínimo de dignidade para essa senhora. A única coisa que infelizmente ela vai ter de prejuízo é que ela não consegue receber todo o período (em que o BPC ficou suspenso) pela demora por parte dela (em não reclamar na Justiça). Então ela só recebe dos últimos cinco anos”, explica a advogada.
