Uma das patologias que mais
crescem no mundo é a obesidade. Um estudo divulgado pela Lancet, revelou que
mais de um bilhão de pessoas lidam com a comorbidade no planeta atualmente, ou
seja, a cada oito indivíduos, um está afetado. Para tentar reduzir o número
alarmante, alguns medicamentos para emagrecimento foram desenvolvidos, como o Retatrutida,
que apresenta resultados superiores ao do Mounjaro.
Em seus primeiros testes, a nova
molécula mostrou uma média de perda de peso de 25% em pacientes obesos, resultados
equivalentes aos de uma cirurgia bariátrica e superiores aos do Mounjaro. O
teste, publicado pela revista médica The New England Journal of Medicine,
contou com 338 adultos inscritos.
Para André Guanabara, médico que
atua na área da nutrologia, a chegada de novos medicamentos é importante para
auxiliar no combate à constante crescente dos números de obesos, no entanto, é
preciso que os pacientes estejam atentos em relação ao uso dos fármacos.
“A chegada de novos medicamentos
para o combate à obesidade será sempre uma boa alternativa para curar pacientes
que sofrem com a enfermidade, mas, para que os resultados sejam positivos, é
necessário seguir alguns passos, como o uso somente em casos de prescrição
médica e o acompanhamento de um especialista desde a aplicação da medicação até
o final do tratamento”, explica.
André Guanabara ainda comenta que, por mais que a retatrutida apresente grandes resultados nas fases de teste, o tratamento não deve ser baseado apenas no medicamento. “Muito mais que uma doença que aumenta o peso, a obesidade pode ter várias causas. O uso do fármaco vai fazer com que haja uma grande redução da massa corporal, mas não pode parar por aí. Para evitar reganho, é necessário que o paciente tenha um acompanhamento multidisciplinar, envolvendo psicólogo, educador físico, nutricionista e outros profissionais, proporcionando um tratamento 360º”, ressalta.
Como funciona?
A retatrutida é um fármaco
injetável responsável por aumentar a sensação de saciedade, diminuir a fome e
elevar o gasto metabólico basal, onde ocorre a queima de calorias. Em outras
palavras, a retatrutida atua em três hormônios diferentes, sendo eles o GLP-1,
GIP e glucagon.
“O GLP-1 é um hormônio secretado,
sobretudo, pelas células do intestino. Dessa forma, ele age no cérebro
estimulando a diminuição do apetite. No entanto, a DPP4, uma enzima produzida
pelo nosso organismo, faz com que o efeito desse hormônio seja rápido,
entrando, nesse momento, a ação do medicamento: as moléculas que simulam o
GLP-1 são resistentes à enzima. Enquanto isso, os hormônios GIP e GCG atuam na
interferência na insulina”, explica André Guanabara.
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